UTIs pediátrica e neonatal do Hospital Regional de Assis são fechadas por falta de profissionais

As Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátrica e neonatal do Hospital Regional de Assis serão fechadas a partir da meia-noite desta quarta-feira (4), por tempo indeterminado, em razão da grave falta de profissionais. A decisão foi tomada após reunião com as equipes responsáveis, diante da impossibilidade de manter o funcionamento seguro dos serviços, devido à escassez de profissionais especializados.

Diante da situação, a prefeita Telma Spera agiu rapidamente e articulou com o provedor da Santa Casa de Assis, Arnaldo Tomé, a oferta emergencial de leitos para receber os bebês e crianças internados, bem como eventuais novos casos. Segundo Telma, a Santa Casa está preparada para acolher os pacientes e garantir que nenhum bebê ou criança fique sem atendimento intensivo. "Não mediremos esforços para garantir atendimento digno e imediato a todos que precisarem", declarou.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Telma esclareceu à população que a gestão do Hospital Regional não é de responsabilidade do município, mas sim do Estado, e que já havia uma reunião previamente agendada com o secretário estadual da Saúde, marcada para esta quinta-feira (5), às 17 horas, em São Paulo. A pauta inicial era tratar de uma demanda emergencial relacionada ao hospital, mas, diante dos novos acontecimentos, será ampliada para discutir a situação atual do fechamento das UTIs.

O vereador Reinaldo Nunes, o Português, esteve no Hospital Regional nesta quarta-feira e detalhou como será feita a transferência dos pacientes. Após um desencontro de informações, inclusive para as famílias, ele confirmou que das quatro crianças atualmente internadas — uma na UTI neonatal e três na UTI pediátrica —, três permanecerão em Assis e uma será transferida para Marília.

De acordo com Português, a criança internada na UTI neonatal e duas da UTI pediátrica serão transferidas para a Santa Casa de Assis. Uma delas ocupará um leito conveniado, que a Prefeitura vai adquirir, já que a Santa Casa não possui leito credenciado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para esse tipo de atendimento. As outras duas, inicialmente transferidas para a UTI pediátrica da Santa Casa, devem ser encaminhadas para a enfermaria, conforme orientação médica.

A quarta criança, que não é de Assis, estava internada na UTI pediátrica e deve ser levada para Marília, aguardando a disponibilidade de vaga.

"O fechamento da UTI neonatal e pediátrica é uma grande perda para a saúde pública de Assis", lamentou o vereador. "Português veio, viu, conferiu e se despediu", completou, destacando a gravidade da situação.

A prefeita também ressaltou que, embora a UTI pediátrica e neonatal da Santa Casa ainda não esteja credenciada pelo SUS, o provedor garantiu o acolhimento dos pacientes em caráter emergencial. "Estamos aqui para cuidar das nossas crianças e não vamos deixar que fiquem sem assistência, principalmente agora, neste período crítico de doenças respiratórias", afirmou Telma.

O impacto regional da medida é expressivo, já que o Hospital Regional de Assis é referência para 25 municípios, especialmente em casos complexos envolvendo gestantes, recém-nascidos e crianças. Além das UTIs, o serviço de obstetrícia também será afetado, uma vez que depende do suporte das unidades intensivas para o atendimento de gestantes de alto risco.

Foto: Redes Sociais da Santa Casa - Segundo Telma, a Santa Casa está preparada para receber os pacientes e garantir que nenhum bebê ou criança fique sem atendimento intensivo.