Estudante "pardo" tem matrĂ­cula vetada após aprovação em Medicina

Estudante aprovado por meio de cotas PPI tem matrĂ­cula recusada pela USP, levantando questionamentos sobre o processo de heteroidentificação

Por Da Redação em 01/03/2024 às 11:50:38
Alison dos Santos Rodrigues foi aprovado na USP dentro das vagas PPI (para pretos, pardos e indígenas). Foto: Arquivo pessoal/Laise Mendes dos Santos© Fornecido por Estadão

Alison dos Santos Rodrigues foi aprovado na USP dentro das vagas PPI (para pretos, pardos e indígenas). Foto: Arquivo pessoal/Laise Mendes dos Santos© Fornecido por Estadão

Um estudante de 18 anos, aprovado no curso de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) por meio do Provão Paulista, enfrenta um impasse após ter sua matrĂ­cula negada. Alisson dos Santos Rodrigues teve sua autodeclaração racial questionada pela comissão de heteroidentificação da instituição, que não reconheceu sua identificação como pardo.

O jovem, que participou da recepção dos calouros em 26 de fevereiro, recebeu a notĂ­cia da negativa por e-mail. Emocionado com a aprovação, Alisson dos Santos Rodrigues afirmou: "Eu realmente sou quem eu falo ser. Sempre me considerei pardo."

A tia do estudante, Laise Mendes dos Santos, destacou que todos os critérios estabelecidos pela USP foram seguidos. Além disso, ela relatou o processo de reavaliação virtual, onde Alisson leu sua autodeclaração, mas não foi questionado sobre sua identificação racial.

A famĂ­lia, que se esforçou para custear a viagem do interior de São Paulo até a capital para a recepção dos calouros, foi surpreendida com a negativa durante o evento. Mesmo com a possibilidade de recurso, a situação gerou indignação.

O que diz a USP?

A USP, por sua vez, alega que a deliberação final ocorreu em 23 de fevereiro, e todos os candidatos cientes do processo de heteroidentificação estavam condicionados ao resultado das bancas. Criado em 2022 para evitar fraudes nas cotas étnico-raciais, o processo de heteroidentificação da USP baseia-se apenas em fatores fenotĂ­picos, sem considerar a história de vida dos candidatos.

Diante do impasse, a famĂ­lia do estudante conta com a assistĂȘncia jurĂ­dica da advogada Giulliane Jovitta Basseto Fittipald, nomeada pela Defensoria PĂșblica do Estado de São Paulo. O caso levanta discussões sobre a eficĂĄcia do processo de heteroidentificação e a importância de garantir que candidatos aprovados por meio de cotas sejam reconhecidos em sua identidade racial.



Fonte: Estadão

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