Assis inaugura memorial em homenagem às vítimas da maior tragédia rodoviária da cidade

Nesta segunda-feira, 30 de dezembro, às 14h, a Prefeitura de Assis realiza a inauguração do "Memorial do Trabalhador" no Cemitério Municipal. O espaço foi criado em homenagem às 23 vítimas do trágico acidente ocorrido em 6 de julho de 1983, na Rodovia Raposo Tavares, quilômetro 454, que também deixou 13 pessoas feridas. A tragédia envolveu um ônibus que transportava boias-frias para Maracaí e uma carreta carregada de madeira, resultando na maior tragédia rodoviária da história da cidade.

O evento contará com a presença de familiares das vítimas, autoridades municipais e o prefeito José Fernandes, que destacou a relevância dessa iniciativa. "Este memorial simboliza nossa gratidão e respeito por esses trabalhadores, que perderam suas vidas enquanto buscavam sustentar suas famílias. É um tributo à memória e um gesto de solidariedade com todos os que foram afetados por essa tragédia", afirmou o prefeito.

História e impacto da tragédia

Na manhã do dia 6 de julho de 1983, 23 trabalhadores rurais – homens, mulheres e adolescentes com idades entre 12 e 60 anos – seguiam para o corte de cana-de-açúcar em Maracaí, quando o ônibus em que estavam colidiu de frente com uma carreta. A tragédia deixou marcas profundas na história de Assis e na vida das famílias das vítimas.

Entre os homenageados, estão o adolescente Marcos Farias dos Santos, de 12 anos, e José Pereira, de 60 anos, o mais experiente do grupo. Para preservar essa memória, uma grande cruz foi erguida no local do acidente, contendo 23 cruzes menores, representando cada uma das vidas perdidas. Em 1992, o então prefeito Romeu José Bolfarini nomeou as ruas do Conjunto Habitacional Assis III com os nomes das vítimas, em outra homenagem significativa.

Construção do Memorial

O "Memorial do Trabalhador" foi erguido entre as quadras 17 e 18 do Cemitério Municipal, próximo às sepulturas das vítimas. O memorial também abrigará os restos mortais do motorista do ônibus, José Cassimiro dos Santos, cuja história simboliza a luta e o sacrifício dos trabalhadores rurais da época.

Fabiano Cavalcante, administrador do Cemitério Municipal e filho de trabalhadores rurais, falou sobre a importância do memorial. "Essa tragédia marcou minha família e nossa cidade. Queremos que esse espaço seja um local de respeito e de valorização das histórias dessas pessoas que tiveram suas vidas interrompidas de forma tão trágica", declarou.

Lista das vítimas homenageadas

1. Anízio Luiz Ribeiro, 33 anos

2. Benedito Luiz Franco, 23 anos

3. Dionizio Fernandes dos Santos, 35 anos

4. Geraldo Passarelo, 51 anos

5. Ivoni Vanda Henning, 17 anos

6. João Vitor, 25 anos

7. Joaquim Vitor, 14 anos

8. José Cassimiro dos Santos, 22 anos

9. José Reinaldo Amâncio, 28 anos

10. José Vitor, 29 anos

11. Maria Rosa do Nascimento, 46 anos

12. Maria Selma Medina, 37 anos

13. Maura R. de Azevedo, 29 anos

14. Sebastião Benedito, 33 anos

15. Cirillo Camargo, 38 anos

16. Neide Cardoso, 18 anos

17. Maria de Lourdes Nascimento, 18 anos

18. Conceição Aparecida Claro Soares, 34 anos

19. Vitório Soares dos Santos, 20 anos

20. Edilson Aparecido dos Santos, 26 anos

21. José Pereira, 60 anos

22. Ivo Cordeiro, 15 anos

23. Marcos Farias dos Santos, 12 anos

Um tributo necessário

O memorial consolida o compromisso da cidade de Assis em preservar a memória desses trabalhadores que perderam a vida enquanto contribuíam para a economia local. A iniciativa representa um importante marco de valorização e respeito aos trabalhadores rurais, destacando a resiliência e a história da comunidade assisense.