Uma ocorrência envolvendo policiais militares e familiares de João Marcelo Novaes, jovem que morreu em 2024 durante uma perseguição policial, gerou revolta e mobilização jurídica em Assis. O episódio ocorreu na noite da última terça-feira, dia 11, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), e terminou com a prisão de Fernanda Novaes, mãe do jovem, e de sua filha. O advogado Ernesto Nóbile, que representa a família, alega que Fernanda foi brutalmente agredida pelos agentes antes de ser detida.
Segundo Nóbile, Fernanda, seu marido e a filha foram até a UPA para buscar atendimento médico. Diante da demora no atendimento, Fernanda teria questionado funcionários sobre a situação. Ao deixar o local, foi abordada por policiais militares, entre eles, alguns que, segundo o advogado, estiveram envolvidos na morte de João Marcelo.
De acordo com a defesa, o jovem foi morto em 2024 após fugir de uma abordagem policial por estar com a CNH vencida. Na fuga, ele bateu o carro em um poste e, conforme relato da família, teria sido espancado antes de falecer. O episódio gerou forte repercussão na época, e agora, a família afirma que voltou a ser vítima de abuso policial.
Versões conflitantes sobre a abordagem
O advogado Ernesto Nóbile afirma que Fernanda foi abordada sem justificativa e agredida violentamente pelos policiais. "Ela foi brutalmente espancada pelos policiais, conforme mostram as imagens", declarou. Ele garantiu que ingressará com uma ação criminal contra os agentes envolvidos e pedirá um procedimento administrativo na Corregedoria da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
No entanto, o comandante do 32º Batalhão da Polícia Militar de Assis, coronel Thomassian, apresentou uma versão diferente dos fatos. Segundo ele, Fernanda reconheceu um dos policiais e passou a insultar a equipe, chamando-os de "assassinos" e fazendo gestos ofensivos. "Elas chegaram perto das equipes e nos chamaram de assassinos, xingaram, falaram que os policiais iam morrer. A equipe manteve a calma, elas saíram arrancando com o veículo, ainda xingando e ofendendo a equipe que estava trabalhando. Foi quando as viaturas foram atrás e fizeram a abordagem", afirmou o comandante.
Ainda segundo Thomassian, Fernanda desceu do carro exaltada e resistiu à detenção, sendo necessário o uso de "força física moderada" para contê-la. O boletim de ocorrência relata que ela sofreu ferimentos na boca e nos joelhos. Sua filha também teria tentado impedir a prisão e resistido à abordagem, enquanto o pai de João Marcelo não reagiu.
Fernanda e a filha foram presas por desacato, resistência e ameaça, sendo liberadas após o pagamento de uma fiança no valor de R$ 600.
Imagens divulgadas e desdobramentos na Justiça
A defesa contesta a versão policial e afirma que levará o caso à Justiça. O advogado Nobile reforçou que há vídeos que comprovam a agressão e que o caso não pode passar impune. "A função do policial é proteger a sociedade, não cometer agressões. A grande maioria dos policiais de Assis são valorosos, mas esses envolvidos precisarão responder na Justiça", declarou.
O caso teve grande repercussão nas redes sociais, com imagens da abordagem sendo amplamente divulgadas. A Corregedoria da Polícia Militar e o Judiciário devem analisar o ocorrido nos próximos dias.
Clique no link https://youtu.be/orFO2n5p_5k e assista o vídeo da abordagem policial
Veja abaixo as imagens do momento da abordagem:
imagens divulgadas pela família de João Marcelo nas redes sociais - Foto: Redes Sociais
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